sábado, 25 de outubro de 2008

Transposição do São Francisco: sim ou não ?

Ao me deparar com uma revista que minha mãe assina atualmente, O Correio da UNESCO na Escola, vi a reportagem em destaque que tinha o seguinte dizer: "O mundo vai virar deserto?". Nem preciso falar que abri e li a revista toda. Porém uma dinâmica no Manual do Professor me chamou atenção. Tratava-se da Transposição do rio São Francisco, e colocava diferentes versões para que o aluno pudesse entender e formar a sua própria opinião. Eu, como ainda não tenho uma opinião certa sobre o assunto, pesquisei e estou lendo sobre o assunto. Contudo, isso não quer dizer que eu não saiba sobre o assunto. Até o início do ano eu era a favor, mas depois de assistir a aula de um professor de geografia, ele me passou tantos argumentos favoráveis e não-favoráveis, que eu fiquei meio "lost" (rs).
Bom, achei duas versões interessantes, e decidi postar aqui. Espero que possa ajudar alguém a se decidir, já que eu ainda não consegui tal façanha!

A polêmica transposição do rio São Francisco


Proposta de Jurandyr Ross, professor do Departamento de Geografia da USP:
"Pode-se afirmar, com certa segurança, que a deficiência hírdrica do setão nordestino é algo absolutamente contornável com a aplicação de tecnologias de captação, armazenamento e distribuição de água. Os solos rasos e pedregosos, embora dominantes, não são exclusivos. Existem extensas áreas descontínuas que apresentam solos argilosos ou argilo-arenosos naturalmente férteis e que podem ser mais bem aproveitados para a produção agropecuária.
Há, por outro ládo, grandes dificuldades na implantação de projetos agropecuários tecnologicamente sofisticados. Os problemas envolvem tradição cultura, estrutura fundiária, deficiência na formação educacional e também técnica. Assim, os trabalhadores rurais, em função de sua baixa escolaridadee despreparo técnico, dificilmente se transformam em produtores de sistemas tecnologicamente modernos.
Com a transposição de parte das águas do São Francisco, essa região tem a oportunidade de melhorar as condições socioeconômicas a partir do desenvolvimento do programa de biodiesel feito com mamona. (...) Vastas áreas poderão ser transformadas em pontos de produção de dendê e babaçu, também para biodiesel. As atividades ocupariam extensas áreas de terras dubaproveitadas e pouco produtivas e gerariam grande número de empregos e renda.
Com a disponibilidade de água pode-se ainda investir no aperfeiçoamento da pecuária regional, com a criação de bovinos de variedades geneticamente melhoradas, e áreas de cultivo de plantas forrageiras para alimentação dos animais."

Proposta de Sílvia de Faria Pereira e Carvalho, professora da UFMG:
"Em 2004, o governo do presidente Lula decidiu iniciar o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. trata-se de um projeto caro, avaliado em 1,5 bilhões de dólares, que produzirá intervenção no meio ambiente, na economia e na população que vive nas áreas.
(...) A bacia do São Francisco já está muito degradada e apresenta sérios problemas de erosão em suas margens, com assoreamewnte dos sedimentos em seu leito fluvial. Além disso, a mata ciliar foi destruída, afetando a qualidade e a quantidade de água que deve fluir para o rio. A produção de carvão, que tem como matéria-prima a madeira retirada do cerrado e da caatinga, também acelera a morte do Velho Chico. (...)
Somado ao que foi exposto, a população local denuncia que, ao contrário do que o governo propõe, a transposição beneficiará grandes empresas agrícolas e criatórios de camarões. (...)
A transposição vai alterar a agricultura de vazante das planícies marginais, uma vez que vai mudar a dinâmica da foz do rio São Francisco. A perenização dos rios receptores das águas transpostas também afetará os pequenos agricultores de vazante."

Após a leitura dessas propostas, fiquei mais confusa ainda. Mas, o certo, é que ninguém sabe o que será melhor ou pior para o rio, para população, para a região, etc.
Espero ter ajudado, mas tenho quase certeza que colaborei para dar um nó maior na cabecinha de vocês (rs).

Beijos!

sábado, 18 de outubro de 2008

A Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas


"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamento se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime da garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Vejo a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povom que agora se queda desamparado. Se as aves da rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentirei minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnianão abateram meu ânimo. eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."

Velório de Vargas no Gabinete da Presidência.




Li inúmeras vezes, e em todas, me emocionei.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Lixo Atômico: made in Africa ?

O que é Lixo Atômico ?

Lixo atômico são as escórias radioativas provenientes de processos como a fissão nuclear, gerado nos reatores nucleares. Durante o funcionamento de um reator nuclear, isótopos radioativos extremamente perigosos como césio, estrôncio, iodo, criptônio e plutônio são criados. O termo “lixo atômico” não é muito bem aceito pela comunidade científica, que prefere usar o termo “rejeito radioativo”, pois ele abrange todo material que não pode ser reutilizado e que contêm elementos radioativos, ou seja, não pode ser tratado como lixo comum. Existem três categorias de lixo atômico: resíduo de alto nível, resíduo de nível intermediário, e resíduo de baixo nível, indicando o grau de nocividade de cada resíduo atômico. A grande questão é onde depositar o lixo atômico, já que a radioatividade desses rejeitos se prolonga por milhares de anos e é extremamente nociva aos seres vivos. Geralmente o lixo atômico é colocado em grossas caixas de concreto e jogado no mar, porém é impossível garantir que as proteções ao conteúdo radioativo não venham a se deteriorar com o tempo, provocando a preocupação dos especialistas em relação às gerações futuras e a vida na Terra.

Agora me explica porque os países que o produzem tem que jogá-lo na ÁFRICA ?

Devido a alta produção dos países com tecnologia avaçada para tal façanha, o lixo atômico passa a ser um problema no mundo, e principalmente no Japão. País o qual, possui um território pequeno, encontra dificuldades para 'estocar' o lixo atômico. Após ver a reportagem na revista Planeta, pude ver que esses países agora estão jogando o lixo na África, um país o qual, não possui tecnologia avanaçada para isso. Chega a ser cômico, em Gana a população carregando fios de cobre, pedaços de computador, partes de aparelhos, coisas ao qual ele ao menos conhece, ou passou a conhecer agora, como entulho.

Desculpem-me, estou sem tempo para escrever.
Outro dia eu volto com mais argumentos.
Obrigado, beijos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Por quê não ouvir Villa-Lobos ?

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 — Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um compositor brasileiro, célebre por unir música com sons naturais.
Após viagens pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, no final da década de 1910, ingressou no Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro, mas não chegou a concluir o curso, devido à desadaptação - e descontentamento - com o ensino acadêmico.
Suas primeiras peças tiveram alguma influência de Puccini e Wagner, mas a de Stravinsky foi mais decisiva, como se vê nos balés Amazonas e Uirapuru (ambos de 1917). Apesar de suas obras terem aspectos da escrita européia, Villa-Lobos sempre fundia suas obras com aspectos da música realizada no Brasil. Utilizava sons da mata, de eventos indígenas, africanos, cantigas, choros, sambas e outros gêneros muito utilizados no país. O meio acadêmico desprezava o que escrevia, até que uma turnê do pianista polonês Arthur Rubinstein pela América do Sul, em 1918, proporcionou uma amizade sólida, que abriria as portas para a mudança de Villa-Lobos para Paris, em 1923.
Na Semana de Arte Moderna, em 1922, ficou famoso um episódio em que o compositor é chamado ao palco e entra com um dos pés calçado de sapato e o outro de sandália, com uma atadura chamativa no dedão. Interpretada como uma atitude de vanguardismo provocativo, Villa-Lobos é vaiado; depois viria a explicar que o ferimento era verdadeiro, demonstrando sua ingenuidade ante as reações ardorosas despertadas pelo evento.
Passou duas longas temporadas na França, o maior reduto musical da época, através da ajuda financeira da família Guinle. Residiu em Paris entre 1923 e 1924, e de 1926 a 1930, quando voltou ao Brasil para participar de um programa de educação musical do governo de Getúlio Vargas. Nesse tempo, a influência de Stravinsky foi sobrepujada pela da música brasileira, seja a indígena, seja a dos chorões. Essas duas vertentes são bastante marcantes nos catorze Choros. Os temas nordestinos viriam a se fazer mais presentes na década de 1930, ao lado da inspiração reencontrada em Bach.


Trabalho intenso
O ano de 1930 deu novo rumo à vida do compositor, pois conseguiu concretizar seu projeto de introduzir a disciplina Canto Orfeônico (coral) nas escolas de ensino médio de todo o país, por intermédio da confiança depositada pelo interventor do Estado de São Paulo, João Alberto, aliado de Getúlio Vargas. Foi professor catedrádico de Canto Orfeônico do Colégio Pedro II,no Rio de Janeiro. Desse projeto, destacaram-se os concertos ao ar livre com a participação de milhares de alunos. Um desses concertos, no estádio São Januário, contou com quarenta mil vozes e a presença do presidente Getúlio Vargas. Em 1936, pediu separação de sua primeira esposa e se uniu com Arminda d'Almeida Neves, a "Mindinha", com quem viveu até a morte.
Na década de 1940, Villa-Lobos conheceu os Estados Unidos. Teve ótima aceitação de suas obras e a definitiva aclamação. Diversas orquestras estado-unidenses lhe encomendaram novas composições, bem como de instrumentistas renomados que lá moravam ou se apresentavam. Se na metade de sua vida, seu eixo fora Rio-Paris, agora passava a ser Rio-Nova Iorque. Mesmo com o sucesso, nunca foi rico; também não teve filhos. Em 1947, em Nova Iorque, sofreu a primeira intervenção cirúrgica para tratar do problema que iria tirar-lhe a vida doze anos mais tarde, pouco mencionado em suas biografias: o câncer de bexiga, causado por seu vício em charutos. Recuperou-se e ganhou mais vigor para compor.
Na sua última década de vida surgiram as cinco últimas sinfonias, os seis últimos quartetos de cordas, quase todos os concertos (exceto o primeiro para piano e o primeiro para violoncelo), sua ópera Yerma, a suíte A Floresta do Amazonas e diversas obras de câmara, como a Fantasia Concertante para Violoncelos (1958) e o Quinteto Instrumental, para flauta, violino, viola, violoncelo e harpa (1957). Em nova viagem a Paris, em 1955, gravou algumas de suas obras mais importantes, regendo a ORTF (Orquestra da Rádio-Teledifusão Francesa), mais de sete horas de música, remasterizadas na década de 1990, e atualmente disponíveis em CD. Em 1959, regeu sua última gravação, à frente da Symphony of the Air, justamente A Floresta do Amazonas, e voltou para o Rio de Janeiro, onde veio a falecer poucos meses depois, em sua casa.
Villa-Lobos se incomodava muito com o título de compositor brasileiro. Ele sempre fazia questão de dizer que era compositor do mundo, afinal ninguém fala de outros compositores como Mozart, Bach, etc., dizendo que são de determinados países.


Prêmios
Entre os títulos mais importantes que recebeu, está o de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque; foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Música e regeu onze orquestras brasileiras e quase setenta na Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Israel, Itália, México, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.

"Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem esperar resposta."
Villa-Lobos


Um pouco de Villa-Lobos para os que não o conheciam. E sim, isso é possível! Muitas pessoas não sabem que ele é brasileiro, e que por ser brasileiro foi muito criticado e com o passar do tempo, provou o seu grandioso talento nos palcos internacionais.
Após a minha ida a Apresentação do Quarteto da Amazônia, fiquei com a 'pergunta-título' na cabeça. Eles perguntaram porque as pessoas não ouvem Villa-Lobos, sendo ele um símbolo da música. Eu, como aprendiz de pianista que sou, baixei músicas, vídeos, li várias matérias, fiz pesquisas.. etc etc . Enfim, comprovei o talento de um grande músico que antes eu só ouvia falar e não o conhecia como deveria. Agora, mais encantada que qualquer pessoa, ouço as composições dele o dia todo. Está no mp3, está em CD, no computador.. etc etc.
Villa-Lobos encontrou mais uma fã, que estava adormecida, sim, porém agora, ativa e encantada com o seu esplêndido trabalho.