sábado, 30 de maio de 2009

LIBRAS: você sabe o que é?

As LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) é a lingua dos surdos brasileiros. Ao contrário do que muitos imaginam, as línguas de sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. A Língua de Sinais é a língua natural da comunidade surda, constituída por um conjunto de símbolos convencionais, com uma estrutura gramatical própria e permite que os surdos se tornem membros de uma comunidade linguística minoritária diferentes e não como um desvio dos padrões da normalidade esperado por uma sociedade.

A Língua de Sinais é visual/gestual e, além dos sinais realizados com as mãos, também emprega vários outros recursos importantes, como as expressões faciais, direção de olhar, movimentos da boca, permitindo a expressão de um número significativamente amplo de informações linguísticas. A LIBRAS oferece instrumentos e procedimentos para que o surdo estabeleça uma comunicação com os ouvintes em todos os âmbitos: familiar, social e acadêmico. No âmbito familiar é essencial os cuidados com o isolamento e/ou privação das atividades familiares no dia a dia, para que o surdo não se sinta excluído dentro da sua própria família. Já o âmbio social, é de fato muito importante, pois é responsável pela conquista do respeito à sua identidade, a cultura surda e a possibilidade de se comunicar durante suas necessidades cotidianas (atendimentos médicos, comércio, bancos, lazer, trabalho, etc). O âmbito escolar, trabalha com a especificidade, garantindo a aquisição e o uso das LIBRAS. É importante considerar, que quando mais cedo a pessoa surda aprende a Língua de Sinais como primeira língua, mais facilmente e rapidamente terá condições para um melhor desenvolvimento pessoal e consequentemente melhor aproveitamento e mais significativa aprendizagem acadêmica.

Para uma melhor análise, é interessante observar o histórico da sociedade surda paralelo ao desenvolvimento humano como um todo. Desde os primórdios da civilização, Platão e Aristóteles já afirmavam que "Quando o homem não pode falar, não pode também pensar", considerando-os excluídos da sociedade dita normal. O grande calvário dos surdos começa, de fato, quando são denomidados deficientes e associados a doentes mentais, logo, são rejeitados no mercado de trabalho, nas relações sociais no cotidiano e entre outros.
Além disso, com o decorrer dos anos e com a inclusão da tecnologia, os gestos foram proibidos e a oralidade passou a ser obrigatória. Com o Facismo, já no século XX, veio muitas mortes e mais preconceito. E desde esses tempos, a busca pela ética com os surdos têm sido mínima.

Contudo, é importante sairmos do senso comum para não causarmos situações constrangedoras. O mundo dos surdos, contém sim, culturas, valores, tradições e etc, assim como o nosso. Apesar das cobranças para se integrarem no nosso cotidiano de maneira adequada, os surdos encontram até hoje, barreiras que os impedem de se "desenvolverem" como qualquer cidadão comum. Os obstáculos são encontrados desde a educação primária, onde a família, ao dianosticar tardiamente o problema, prejudicam a alfabetização da criança.
E é neste ponto que precisamos analisar a estrutura da educação brasileira. Até que ponto há inclusão do aluno surdo com o aluno ouvinte? Até quando os alunos surdos serão interceptados pelas escolas "normais" por não estarem adequadas ao ensino que eles necessitam? Onde está a ética? E a inclusão?


É necessário que haja escolas especiais para esses alunos, e também que promova a "mistura" entre eles. A inclusão não é feita a partir da separação entre "normais" e "anormais". Ela tem que ser cultivada pelos familiares, professores, meio social, etc... Só assim, poderemos falar de inclusão com mais ética, creio eu.