quinta-feira, 23 de abril de 2009

23 de abril: Dia internacional do Livro

"Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar"

(Charles Jones)

terça-feira, 21 de abril de 2009

O homem. Por Lutero e Maquiavel

Em meio aos meus estudos direcionados à disciplina Formação do Mundo Contemporâneo, me peguei pensando sobre a análise de Lutero e Maquiavel sobre a natureza humana. Um tanto encabulada, procurei separar a diferença de períodos em que eles viveram, e de alguma forma, compreender as suas supostas conclusões. Acompanhem-me.

Para Nicolau Maquiavel, o homem é ruim porque é um "animal". De forma que, esta visão antropocêntrica analise o homem a partir de seus instintos e desejos. Entretanto, na segunda metade do século XV (quando predominava os regimes de principados e monarquias) a monarquia era a idéia de ordem. Até então, a liberdade - por meio da república, era nociva ao homem. Contudo, Maquiavel afirmava que o ser humano deve alcançar honra, fama e glória (já que neste período ressaltava-se a importância das virtudes cardeais).
Agora, como cidadã comum, pergunto eu: Como o homem, naquela época, poderia alcançar virtudes e riquezas, se os 'bens da vida' eram restritos aos príncipes e ao topo da hierarquia da Igreja Católica? Seria este, mais um dos discursos "incentivadores" para que o homem buscasse algo para alcançar a suposta felicidade, sendo que ela estivesse tão distante?
Já Lutero, fundamentado em Agostinho, afirma que o homem é mal por causa do pecado que o origina a ser pecaminoso. É decaído por natureza, é pecador. Tal visão teocêntrica, possibilitou o Luteranismo agir, ou até mesmo renovar, o "antídoto" para esta natureza. Trabalhou com a idéia que o homem é pecador e que nele não se encontra o caminho da salvação, e sim na fé em Cristo Jesus. Em contrapartida, os humanistas afirmavam que o homem é pecador, mas nele há possibilidade de renascer e encontrar o caminho para a salvação - adquirindo virtudes, por exemplo. Baseados no cerne da doutrina luterana, os cristãos acreditavam que as suas atitudes eram tidas como pecaminosas, por estar relacionado ao pecado, a carne.
Estamos certos que grande parte da população seguiu esta doutrina, afinal as religiões protestantes de hoje são - quase todas - fundamentadas no Luteranismo. Mas, um dos motivos da Reforma Luterana foi o surgimento de uma nova estrutura social e econômica, a sociedade capitalista.
E, pergunto eu: A "corja" capitalista já estaria interessada numa nova forma religiosa onde a igreja e seus fiéis fossem submissos ao Estado burguês?

Ah, perguntas. Pra ser sincera - e ignorante - eu queria que elas fossem respondidas por eles, os culpados por esta pertubação em minha mente. risos

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Noite Cultural!

Ontem, 15 de abril do presente ano, a OFES (Orquestra Filarmônica do Espírito Santo) realizou a sua segunda apresentação da Série Quarta Clássica. Com a presença do solista Daniel Guedes (no violino) e do regente Guilherme Mannis, não ficou nenhuma dúvida que o concerto seria um grande espetáculo. Porém, antes de falar mais sobre a apresentação, achei muito importante relatar o "curriculum" de ambos músicos que foram convidados.
Para começar, Daniel Guedes é reconhecido como um dos artistas mais expressivos de sua geração. Estudou em Londres, nos Estados Unidos e no Brasil venceu concursos, como Jovens Concertistas Brasileiros por exemplo - e óbvio que no exterior também conquistou grandes vitórias. Em suas apresentações como solista pelo mundo inclui orquestras brasileiras e também americanas, canadenses e etc. Hoje, Daniel é professor do Conservatório Brasileiro de Música, do Insituto Baccarelli e leciona também nos festivais de Campos do Jordão e Santa Catarina, além de atuar como regente em várias orquestras brasileiras.

O solista Daniel Guedes (à esquerda) e o regente Guilherme Mannis (à direita)

E não fica para trás, Guilherme Mannis, que é bacharel e mestre em música pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, a Unesp. Atuou como regente assistente de Cláudio Cruz e também à frente de orquestras sinfônicas por todo o Brasil. É formado em piano e teve excelentes professores durante a formação de sua carreira. Guilherme é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe além de desenvolver projetos didáticos e de interiorização, alcançando um grande número de pessoas.

Além disso, o concerto dedicado aos 200 anos da morte de Haydn teve em seu repertório:

Ludwig van Beethoven (1770 - 1827)
Abertura Coriolano, Op. 92
- Allegro con brio
Estréia em Viena, 1807

Joseph Haydn (1732 - 1809)
Sinfonia nº 104, em ré maior "Londres"
- Adagio
- Allegro
- Andante
- Menuetto: Allegro - Trio
- Finale: spirituoso

Estréia em Londres, 1795

Haydn; período clássico

Ludwig van Beethoven (1770 - 1827)
Concerto para violino e orquestra, em ré maior, Op. 61
- Allegro ma non troppo
- Larghetto
- Rondo
Estréia em Viena, 1806

Beethoven; período romântico

É, acho que nem preciso escrever mais nada sobre o concerto! rs

sábado, 11 de abril de 2009

Lógica?

Sírio Possenti
De Campinas (SP)



Lula ao lado de Gordon Brown, no encontro em que culpou "brancos de olhos azuis" pela crise


Uma repórter que entrevistou Lula em Londres começou pedindo desculpas por ter olhos azuis. Foi sem dúvida uma boa sacada para provocar o presidente ou para fazer rir, mais precisamente, rir dele, talvez acuado. Mas a pergunta revelou também um erro de lógica. Exatamente como o do "ítalo-descendente de pele branca e olhos claros" que entrou com um pedido de explicação no STF "contra" o presidente, por causa de sua declaração culpando a "gente branca de olhos azuis" pela crise. Clóvis Victorio Mezzomo afirma que se sentiu pessoalmente ofendido... (Folha de S. Paulo, 4/4/2009, p. B10).

Freud não disse que toda frase curta é um chiste.


Alguns leitores cometeram a mesma falácia em mensagens que me mandaram pelo e-mail que Terra Magazine fornece para os que querem me desancar ou, eventualmente, manifestar concordância. Diziam que eram brancos etc. e que se sentiram ofendidos. Como se Lula tivesse se referido a eles.
Uma das "técnicas" que se aprendem já no segundo dia das aulas de lógica é que uma coisa é dizer, por exemplo, que "todos os cariocas são brasileiros" e outra que "todos os brasileiros são cariocas". A segunda sentença ou proposição não se deduz da primeira, porque não se pode concluir mais de menos. É que o predicado de uma afirmativa não é universal, ou distribuído, mas sim particular. Portanto, quando a sentença é convertida e ele vai para a posição de sujeito, não pode ser universal (todos); só pode ser particular (alguns). "Os cariocas são brasileiros" significa "todos os cariocas são alguns dos brasileiros". Depois, aprende-se que isso se chama de falácia do consequente ("se o carioca é brasileiro, então o brasileiro é carioca" seria um exemplo dessa falácia).
Voltando à declaração de Lula: convertida em uma sentença com formato das que estão nos silogismos, ele teria dito que "todos os responsáveis por essa crise são brancos de olhos azuis", e não que "todos os brancos de olhos azuis são responsáveis por essa crise". Ou seja, que alguns brancos de olhos azuis são responsáveis - os banqueiros, os Madoffs etc. Pretender fazer parte desse grupelho é erro de lógica ou pura pretensão? Não sei o que é pior.
Aparentemente, ninguém mais estuda isso na escola, uma lástima. Um dia tive que fazer longo exercício de paciência diante de um interlocutor que lera em Freud que os chistes são breves e insistia em achar que todas as suas frases curtas (breves) deveriam ser chistes, como se Freud tivesse escrito que tudo o que é breve é chiste. Uma boa piada.
Ah, sim, como Lula também não deve ter estudado lógica, já que foi por pouco tempo à escola e a que mais frequentou era uma que formava torneiros mecânicos, embora tenha se dado melhor como orador (os oradores são cheios de falácias), respondeu à moça gentil e sorridente, sem esculachar sua falta de lógica. Talvez por não saber nada disso. Talvez por causa dos olhos dela.
Alguns leitores acharam que defendi Lula quando disse que a expressão que empregou não é racista. O texto pode ter soado assim a certos leitores, mas não é o que está escrito. Pelo menos, se o texto for lido logicamente. O que eu disse é que se costuma analisar de forma equivocada muitas das falas de Lula, como se não fosse ele o pouco escolarizado, mas sim os analistas. Diz-se que fala por metáforas quando se vale de comparações ou de metonímias, que acusou todos os brancos, quando não foi o caso etc.
E assim se comete outro erro de lógica, outra falácia: toma-se a crítica das análises erradas como se fosse uma defesa das declarações de Lula e até de suas ações de governo. Um leitor, para mostrar que eu estava errado defendendo o Lula apelou para as manifestações do MST, que o presidente deveria reprimir... E eu falei disso?
Deveríamos ler pelo menos o velho Aristóteles. Também sua Retórica, é claro. Ou mesmo algum manual com a lista das falácias mais comuns. Seria bem mais útil do que uma lista de regras gramaticais.

domingo, 5 de abril de 2009

Mesmo assim...

Nem sempre se pode sonhar
Com aquilo que não se pode ter
Mas que regra mais idiota
Pois quando a gente sonha
É exatamente com o que não temos
E quase sempre com o que mais queremos
E o meu controlador de sonhos
Anda meio encabulado
Eu quis tantas coisas esse ano
Mas quase tudo ficou jogado
Às traças do meu coração
Que esconde sonhos irrealizados

Mesmo assim eu não esqueço
Das promessas que eu fiz para mim

Não quero me desapontar
Mesmo assim eu não me canso de querer
o que é bom pra mim
E quando menos se percebe
O tempo passa como febre
E aquele sonho que parecia
Tão jovem e moderno
Não passa de um retrato na lembrança
Não passa de um desejo de criança
E como fruta que amadurece
E necessita de alguém que coma
A sua polpa que por dentro cresce
Lhe dando corpo e aroma
Os sonhos também apodrecem
Se com o tempo ninguém os reclama

Mesmo assim eu não esqueço
Das promessas que eu fiz para mim...



sábado, 4 de abril de 2009

Gilberto Freyre: O grande mestre brasileiro!

Nascido em 1900, Gilberto Freyre conheceu de perto artistas e intelectuais como o poeta Manuel Bandeira, a pintora Tarsila do Amaral e o ensaísta Sérgio Buarque de Holanda. Isso pode ter influenciado seu estilo de escrever e contribuído para que suas obras, apesar de extensas, sejam consideradas de leitura agradável e com temas envolventes.

No livro As assombrações do Recife Velho, por exemplo, Freyre refletiu sobre possíveis motivos para que lendas de fantasmas e santos estivessem mais presentes na memória dos habitantes de sua cidade natal que histórias de revoluções e lutas populares.
Aos 18 anos, Gilberto Freyre foi para o Texas, nos Estados Unidos, onde iniciou suas pesquisas sobre miscigenação estudando a marginalização social dos negros e dos mexicanos. Sua análise posterior sobre as características da miscigenação no Brasil baseou-se na comparação entre o que se passava com os negros brasileiros e com os norte-americanos.
Além de publicar vários livros, escreveu para diversos jornais. Durante o Estado Novo (1937-1945), criticou publicamente a ditadura de Getúlio Vargas, condenando teorias racistas defendidas pelos grupos facistas e sendo perseguido por isso. Em 1947, seu nome foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 1954, foi escolhido pela ONU para elaborar um relatório sobre a situação racial na África do Sul.


Faleceu em 1987, após uma vida de intensa produção intelectual, durante a qual suas obras, traduzidas para muitas línguas, se tornaram uma referência para a cultura brasileira e mundial.

Lembranças a ti, grande mestre!