segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Um pouco mais de Debussy

Após a magnífica apresentação da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo no Teatro Carlos Gomes, pude conhecer melhor o trabalho de Claude Debussy (se isso pode ser chamado de trabalho, porque músicos como Debussy, Villa-Lobos, Mozart, etc., apenas escreviam em notas musicais o que sentiam e pensavam. Trabalho este que surge da alma, um lugar tão profundo que para conquistá-lo exige muita dedicação).
Debussy foi um grande músico e compositor francês. Desde criança já estava ligado ao mundo musical. Aos 10 anos entrou para no Conservatório de Música de Paris, onde teve a oportunidade de conhecer grandes nomes da música, e aprender com grandes mestres da música, como Albert Lavignac. Debussy nunca teve nenhum cargo oficial, nunca foi um figura pública apesar de ser um pianista maravilhoso. Evitava o mais possível apresentar-se em público. O mais importante da sua vida foram as suas criações musicais.


Claude-Achille Debussy
(Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)

A personalidade artística de Debussy é de primacial importância não só na música francesa, como na própria história da arte dos sons. Há que considerar, em primeiro lugar, o seu papel como renovador da linguagem harmônica, cujo vocabulário aumenta graças a novas concepções na formação e encadeamento dos acordes. Tais concepções eram por alguns consideradas ao tempo subversivas dos princípios tradicionais, enquanto outros consideravam um alargamento desses princípios e a conseqüencia lógica das inovações de Chopin, Liszt e Mussorgsky.
Quanto ao ritmo, é igualmente um descobridor único, e a sua obra é de prima importância como verdadeiro ponto de partida para as modernas explorações rítimicas do século XX. A influência de Debussy foi enorme na música, deixando marcos na história e influenciando inúmeros artistas como Bartok, de Falla, Dallapiccola e Villa-Lobos.
No início de 1910 os médicos constataram um tumor que afetaria consideravelmente a sua saúde. As operações não tinham respostas positivas e Debussy ficava cada vez mais doente. A morte de um dos mais geniais músicos passou quase despercebida, enquanto a artilharia do exército alemão bombardeava fortemente Paris, no dia 25 de março de 1918, quase no final da Primeira Guerra Mundial. O compositor foi sepultado no cemitério do Père-Lachaise.

Claude Debussy ao piano no verão de 1893, na casa de campo do seu amigo Ernest Chausson.

4 comentários:

Cinéfilo disse...

"La Mer", de Debussy, é das melhores coisas que ouvi.
Sem rimas propositais, claro.

Bacana o blog, Hellen.
Mande ver, sempre de forma honesta, doa a quem doer.
Muito sucesso.

Bjo.

Hellen Cardoso disse...

Valeu, Grijó!

eco... disse...

Adoro as suas obras para piano! A descrição das paisagens através da música, a forma como ele "pintava" com o piano... A exploração que ele fazia dos temas é simplesmente genial!

eco... disse...

Ah...uma coisa, espero que não me leves a mal.

Os compositores não escrevem apenas com a alma. Isso é uma ideia muito romântica que as pessoas têm destes músicos.

Uma composição resulta de vários factores, não apenas da inspiração. Aliás, esta conta muito pouco na concepção de uma obra. Se fosse só da inspiração, o que faríamos para acabar uma peça quando ela se esgotasse? Nem sempre Bach (por exemplo) estava inspirado quando tinha de escrever uma cantata por semana! O que é que ele fazia? Técnica, pura técnica. Um compositor sem técnica nunca chega a ser compositor. Apenas um inspirado, um potencial compositor.

Espero não ter maçado muito, mas é que isto que escrevo eu sinto e li em livros, entrevistas de compositores...

Desejo muito sucesso para ti!
Cláudia Lopes